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* E no princípio, era o Pin Ups. Grupo proto-indie da cena brasileira, a banda que praticamente ajudou a pavimentar os caminhos da independência sonora paulistana no particular e nacional no geral, ressurge com single novo, apontando para um próximo álbum, já gravado e pronto para lançar.
“Pavimentar”, acima, é mesmo a palavra. O Pin Ups, formado em 1988, é da época em que as bandas indies nacionais tocavam em chão de bar e com caixas que rachavam no primeiro acorde de guitarra.
“Long Time no See”, o sétimo álbum, ganha lançamento digital em junho, mês que vem, pelo hercúleo selo carioca Midsummer Madness (já nem faz mais sentido localizar essa gravadora indie geograficamente), em parceria com a Fleeting Music. A previsão é que em agosto chegue uma provisão limitada do disco em vinil.
O Pin Ups tem hoje um caráter de superbanda, se formos analisar a pré-história da música independente brasileira. O quarteto tem seu fundador, Zé Antônio (acima na foto, à dir.), guitarrista que importou ao Brasil o “barulho melódico” das guitarras inglesas do fim dos 80, junto a uma cavalar porção punk da linha Stooges; a vocalista Alê Briganti (abaixo à dir.), “amiga de Kurt Cobain”, que acumula a função de baixista. Por trás do palco, tanto Alê quanto Zé Antônio lutaram bastante pelos bons sons na época dourada da MTV Brasil.
O quarteto é completado pelo baterista Flávio Cavichioli (o cabeludo na foto, no alto), que por muito tempo segurou as baquetas do conhecidíssimo à época Forgotten Boys. E o internacional Adriano Cintra (abaixo na imagem, à esq.), ex-Cansei de Ser Sexy e Madrid, último a chegar ao bonde dos Pin Ups para a guitarra, apesar de ter no DNA a façanha de ser multiinstrumentista (mesmo), produtor e compositor prolífico. Mas que, diga-se, nessa história de construção da cena independente nacional desde o quintal brasileiro até o flerte globalizado com o indie inglês/americano, foi membro do grande power trio de garagem Thee Butchers’ Orchestra, do final dos anos 90, uma espécie de conterrânea/contemporânea do Pin Ups. Ou seja, está em casa.
Para nos preparar para o próximo álbum, então, o Pin Ups solta como single, com exclusividade na Popload, a música “Spinning”, um belo cartão de visitas para o sétimo disco.
“Spinning” tem até uma carta de apresentação, em sua divulgação, de Fernando Naporano, lendário jornalista musical da Ilustrada (Folha de S.Paulo) dos anos 80, há muito desligado da cena brasileira e que hoje vive como escritor em Portugal.
Abaixo, antes de você ouvir a nova dos Pin Ups, leia o que Naporano escreveu sobre essa volta da banda e sobre o disco novo, em si.
“Ao longo de toda a tapeçaria das estampas do rock, o mais difícil de se encontrar são aqueles artistas e grupos que conseguem criar – e principalmente manter – uma identidade própria de suas criações. Mesmo que haja qualidade, os resultados são derivativos e imediatos, as óbvias comparações e paralelos. Por essas e por outras, pelo certo ou errado, é gratificante constatar que em 30 anos de carreira, em seu novo álbum Long Time No See, o Pinups mantém a sua cintilante identidade e a consistência de uma sonoridade única, muito própria em seus próprios labirintos, instintos e devaneios. A novidade é apenas que, neste presente trabalho, lapidaram a produção, dando relevância a detalhes e entalhes idiossincráticos que passavam despercebidos em produções anteriores. Long Time No See You, and I do hope seeing you again; and being a Pin Up of your very own originality.”
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* Confira a capa do álbum “Long Time No See”, abaixo.
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* O lançamento oficial acontecerá dia 15 de junho em um show no palco do Sesc Pompeia onde a banda tocará todas as onze músicas do álbum, e também músicas dos discos anteriores.
* As fotos do Pin Ups, em P&B, aqui no post e na chamada da home da Popload, são do fera Ivan Shupikov, que entre outros cliques elogiadíssimo mantém em sua casa/estúdio, desde 2009, o projeto “Lá em Casa”, em que retrata (literalmente), tudo em um “vivo” P&B e uma técnica apurada, uma série sem-fim de famosos, “famosos”, gente-que-faz, ou seja, personagens conhecidos ou anônimos da cidade, do país, às vezes gringos.
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Eles bem que podiam estar entre as próximas atrações do Popload Festival, hein!
Aeewwwwww!! Pin Ups returns!!
Esses “tarará – tarará” na batera do Flávio são reconhecíveis em qualquer bateria do planeta onde quer que ele vá! Monstro demais, saudade de ouvir essas viradinhas desde 2008 num ultimo show que fui no forgóti!
O Luiz Gustavo não fazia parte do Pin Ups?
caceta, que som foda!!! segue muito a linha do que eles começaram nas três faixas de estúdio de Bruce Lee. esse álbum tem tudo pra ser o melhor lançamento dos caras <3