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* A boa banda australiana (mais uma) de electroindie Cut Copy se apresenta amanhã em São Paulo, no novo Audio Club, em São Paulo. O show terá abertura de Database, The Drone Lovers e dos festeiros da Selvagem. No dia seguinte, o grupo toca na Usina, nova casa de shows do Rio de Janeiro.
Pela segunda vez no Brasil (fizeram performances aqui em 2011), o Cut Copy traz ao país a turnê do novo disco, o colorido “Free Your Mind”, lançado em novembro do ano passado. O quarto álbum da banda teve resenhas díspares pelas principais publicações musicais. As tinturas que colorem o disco apontam para a tendência psicodélica da música australiana atual, puxada pelos “pivetes” do Tame Impala. Mas aqui, com o Cut Copy, o “paz e amor” tem mais a ver com a cena clubber inglesa do começo dos 90 do que com a geração hippie americana dos 60/70.
A Popload conversou com o baterista do Cut Copy, o Mitchell Scott, que também escreve boa parte das músicas do disco. A entrevista você lê abaixo.
Popload – Como é tocar no Brasil novamente? Vocês se apresentaram por aqui não faz muito tempo, em 2011, e voltam agora com o novo álbum. Algo de especial a lembrar da primeira visita?
Mitchell Scott – Ir ao Brasil aquela vez nos balançou. Tanto que não vejo a hora de estar no país de novo. Lembro que comemoramos o aniversário do (baixista Ben) Browning em São Paulo de um modo incrível, descobri que a Caipirinha é meu drink favorito e que ficamos abismados como o Rio de Janeiro é bonito e excitante. Desta vez parece que temos um tempo livre maior para explorar e curtir as duas cidades.
Popload – O novo álbum já tem agora um seis meses desde que foi lançado. Agora que a cena musical teve a oportunidade de assimilá-lo mais e melhor, qual na sua opinião é o papel que esse disco em particular representa na discografia do Cut Copy?
Scott – Eu espero que as pessoas tenham tido algum tempo, agora, para perceber que o “Free Your Mind” é tanto uma continuação dos muitos álbuns que o Cut Copy quer lançar quanto uma despedida da banda de seus discos anteriores. A gente gosta de seguir uma inspiração diferente em cada disco. E com este quisemos explorar uma dance music mais psicodélica.
Popload – Qual a mensagem por trás do nome “Free Your Mind”. Tem a ver com a pegada psicodélica do disco?
Scott – “Free Your Mind foi um mantra em forma de letra que ficou aparecendo bastante no processo de escrever as letras do disco. E virou nome de música e até o título do álbum. A gente gostou que, no fim, a frase pudesse ter um forte significado subversivo nas músicas ou fosse algo muito sutil e tranquilo nelas. Ela também se refere ao processo de composição como um todo e passou a ser um ponto de partida para todas as canções que trabalhamos no disco.
Popload – Esse espírito psicodélico do novo álbum parece em sintonia com um monte de música australiana que estamos escutando nos últimos anos. Essa vibe psicodélica toda é uma coincidência temporal ou isso faz parte mesmo de um movimento musical explícito?
Scott – Tem um monte de banda na Austrália com as quais nos sentimos conectados, como nossos amigos do Midnight Juggernauts ou o Presets, mas isso é mais pelo fato de sermos amigos do que por ter as bandas soando parecidas. A Austrália é um país grande, musicalmente falando, com um número enorme de bandas e clubes. Há um monte de cenas pequenas coexistindo e tomando e distribuindo influências de vários e para vários lugares. Não acho que dê para agrupar toda a cena australiana em um movimento único.
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