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* É cavoca ou cavuca? É “a “Netflix ou “o” Netflix?
* Os anos 90 foram uma época muito difícil e duraram uns 30 anos para acabar. Mas também foram um período maravilhoso e passaram voando.
Teve tudo. Teve Nirvana, Nirvana tocando no Brasil, a AIDS alastrada, a fita de videocassete, os Pixies, o britpop, o Oasis mandando no britpop, a MTV, o Palmeiras saindo da fila em cima do Corinthians, a MTV, “Twin Peaks” (1990 não é exatamente “anos 90” mas who cares), a popularização dos Simpsons, a Xuxa, a Copa de 1994 e tudo o que ela implicou, Beastie Boys e “Sabotage”, boysband, girlsband, a morte do Senna, South Park, a ovelha Dolly, o protocolo de Kyoto, o É o Tchan e o Bloodhound Gang.
Pois a Netflix foi lá mexer nessa cumbuca perigosa e botou os anos 90 de novo em evidência em todas as suas vísceras na série teen “Everything Sucks”, cujo nome é praticamente o mote da Geração Loser (“loser” de espírito e “loser” do clássico indie do Beck). Ou, vamos colocar assim, nestas priscas eras imediatamente pré-Internet, o começo da tomada de assalto da Geração Nerd. E, hoje em dia, a gente sabe onde isso foi dar.
E, num misto de “Malhação” com uma “Stranger Things” um pouco mais crescidinha, ambientada na terrível região violenta da “high school”, parecida na superficialidade, com a galera rodando em bikes e tal, mas cheia de furinhos conceituais, digamos, “Everything Sucks”, que estreou no dia 16 agora despejada em dez episódios de 30 minutos, vale pelo menos para relembrar a música dos anos 90.
Ah, e tudo se passa na cidade de Boring, no Oregon, que existe mesmo.
A música é parte integrante mesmo do seriado. Seja na menina usando camiseta da Tori Amos a caminho de se aceitar gay ou no CD novo do Oasis chegando pelo correio via “Clube do Disco”. Ou ainda no descarregamento de música de dez bandas marcantes da era por episódio (para o bem ou para o mal) , na linha The Mighty Mighty Bosstones, Offspring, Weezer, Ace of Base, Mary J. Blige, The Presidents of the United States of America e até, veja você, coisas indies-indies como Sebadoh, Elastica e The Brian Jonestown Massacre.
Daí que nos primeiros dois episódios “Everything Sucks” usa a banda dos Gallagher quase como um personagem. Em traminha de amor. Com videoclipe caseiro e tudo.
E “Don’t Look Back in Anger” e “Wonderwall” volta a ser trilha sonora da vida de pessoas, ainda que em série de TV.
Mas logo em seu começo “Everything Sucks” não se furta a usar talvez o principal hino dos anos 90, ou sua música-síntese, para fechar um episódio e subir os créditos: “Fire Water Burn”, também conhecida como “The Roof Is on Fire”.
Everybody here we go
Ohh ohh
C’mon party people
Ohh ohh
Throw your hands in the air
Ohh ohh
C’mon party people
Ohh ohh
Wave ’em like you don’t care
Ohh ohh
C’mon party people
Ohh ohh
Everbody say ho
Ho ooooooooooooooooo
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É como voltar no tunel do tempo…que saudade da minha adolescencia nos anos 90 quando se perdia uma tarde gravando uma mixtape de musica das rádios pra ouvir no dia seguinte indo pra escola (tentando cortar o maximo as vinhetas e os locutores chatos)
Ei, Lúcio. A resposta para a segunda pergunta do fim do seu (ótimo) artigo foi respondida pela própria Netflix. Perguntaram à plataforma de streaming porque ela se refere a si própria no feminino e ela disse “Porque sou menina”. Meigo, não? A propósito, assisti o piloto e me identifiquei com a era pré-hist…ops, pré Internet e pré smartphone da série, quando eu saia orgulhoso da melhor loja de discos da cidade com o esperado vinil (ou, depois CD) da minha banda favorita e ficava horas ouvindo em casa na minha vitrola ou no CD Player e lendo o encarte.
PS: Teve “Popular” do Nada Surf, no episódio que foca justamente nos bullying dos veteranos na molecada.