Miami – A conferência internacional do barulho e o Daniel Johnston sendo visto duas vezes no show do Parquet Courts

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Bom, aqui em Miami tem um bairro meio casca, o Little Haiti, onde passei a minha primeira noite. Não sou eu que digo isso. Gente local recomenda que eu ande de carro, não a pé. Mas a fome e um péssimo senso de direção me fez dar um rolê longo e besta na segunda à noite atrás de algo para comer. Pizza com jogo do Miami Heat foi minha refeição, e sobrevivi para contar a história nesse bairro que tem o considerado bar mais podrinho da América, o Churchill’s Pub. Esse lugar tem 30 anos e seu dono, um inglês, mora numa sala dentro dele, mais precisamente um puxadinho no quintal do bar. O Churchill’s Pub, dentro de suas considerações na história noturna de Miami, já foi tido, também, e justiça seja feita, como o melhor rock bar de Miami. “Podrinho” e “melhor bar de rock” muitas vezes são pechas que combinam.

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O que rola é que no Churchill’s Pub, em Little Haiti (já não estou mais lá), está sediando, desde ontem, a International Noise Conference, até sábado, que consiste num festival de música experimental e barulho cujas bandas têm 15 minutos para se apresentar. São mais de 100 bandas tocando em duas salas do Pub. E o evento já acontece faz 13 anos. E o Thurston Moore, do Sonic Youth, já fez uma chinfra de 15 minutos lá. Vou tentar passar no Churchill’s até sábado.

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* Falando em barulho, mas de um outro tipo, mais “Velvet Underground meets Clash” do que experimentalismos difusos, ontem teve show do grupo nova-iorquino Parquet Courts. No Gramps, um bar que vende pizza e cerveja, tem palmeiras decorativas iluminadas por cores de balada jamaicana, mas conta com um palco decente e um som mais ainda.

Gramps e o Churchill’s Pub são oasis na cena indie de Miami, porque até pouco tempo era difícil para uma banda como o Parquet Courts se apresentar na cidade. “É a nossa primeira vez em Miami”, corroborou a história o rouco Andrew Savage, um dos dois vocalistas-guitarristas do grupo, em uma das raras interação com o público.

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O show foi bem mais ou menos, perto dos outros que eu vi do Parquet Courts. Ganha apenas uma nota 8,5 (de dez).
Sim, é ironia. Mesmo um show pouco inspirado do Parquet Courts (seria o palco apertado?) é bem bom.

Gravei duas canções da performance, que boto aqui, abaixo. São do disco novo, o delicioso “Human Performance”. Em meio a predominância pop, eletrônica, de som latino e/ou de hip hop, até que Miami, nesta semana, tem experimentado um barulhinho para variar.

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* Ontem, ao lado do Gramps, num açougue onde funciona ainda uma hamburgueria, momentos antes de o Parquet Courts dar seu show, aconteceu um encontro de tatuagem do Sapo Cósmico, obra do quadrinhista e gênio musical complexo Daniel Johnston. As tatuagens seguiram depois ao Gramps. Queria fazer esse registro, aqui.

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* A Popload está em Miami Beach a convite da Apple Music. O evento começa logo mais e ainda não foi divulgado exatamente sobre o que trata. Óbvio, falaremos tudo aqui nos próximos dias.

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