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(((Fotos: Luisa Gomes)))
A gente merecia ter visto o Libertines com Carl Barat e Pete Doherty juntos. A magia do som deles, a química quase nitroglicerina da performance da banda, está aí. O Libertines surgiu “para responder” os Strokes no novo rock, assim como o Oasis forjou o britpop para conter a invasão do rock americano liderada pelo Nirvana. E aí o que tínhamos eram filhos (ou netos) do Clash dando algo a mais pelo indie-punk criados por eles. O bromance. O bromance que faltou quando o Libertines veio ao Brasil nos anos 2000, mas sem o malucão Doherty. Mas agora essa história, aos olhos brasileiros, foi corrigida.
Carl e Pete, o Lennon e McCartney do mundo sonoro bizarro, são o que são, retratos de seu tempo. Despejam uma energia absurda, tocando cada um o seu som na mesma música, como se estivessem fazendo dois shows diferentes e simultâneos, quase tocando as bocas no mesmo microfone, como se fossem a mesma pessoa.
Ivan Finotti, editor da Folha de S.Paulo, fez questão ele mesmo de escrever sobre o show do Libertines no Popload Festival. E ele falou assim, na “Ilustrada”:
“Não foi aquele velho e bom duelo de guitarras. Foi algo melhor, foi como uma transa em pleno palco, transa entre dois velhos amigos, felizes pelo reencontro em uma turnê e novo CD após cerca de uma década de separação.
O Libertines sempre foi marcado por essa conversa sonora entre Pete Doherty e Carl Barat. É mais do que um instrumento solo e outro base, é um passo além no rock, são duas guitarras solando complementares que, juntas e apenas juntas, constroem cada canção. Coisa vista em grandes álbuns dos Rolling Stones e em todo o Velvet Underground.”
Momentos antes de entrar no palco no festival, Carl Barat saiu para procurar Pete Doherty, que havia dado sua famosa sumidinha. Encontrou o parceiro em um banheiro feminino na área de produção, algo desnorteado. Pegou-o pelo braço e o levou para o show, dizendo: “Vamos, Pete. Por aqui…””
Minutos depois, o Libertines estaria fazendo no Popload Festival o show do ano no Brasil, se antes dele não tivesse tocado o Wilco e se em novembro a Courtney Barnett não viesse nos visitar.
Confira vídeos e fotos de sábado, Libertines total ao vivo em São Paulo.
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