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* Se você chegou em 2016 ainda fã da banda inglesa Radiohead, você sabe: ferrou. Em um bom sentido. O grupo de Thom Yorke segue fazendo o que quer de sua audiência. Fazendo o que quer de seu som. Um show do Radiohead é sempre um show do Radiohead. Mas, ainda sempre, a cada etapa da carreira da banda, é um concerto diferente dos anteriores. Os hits estão ali, as músicas novas aparecem forte e grudadas, mas o mantra que a banda cria em volta de seu som e cercando as tipo, o quê?, 80 mil pessoas que aparecem na nova missa de Thom Yorke, é sempre direcionado ao que a banda quer que o fã escute, sinta, se envolva. Eles manipulam o clima.
À luz do lançamento de seu novo álbum, o delicado “Moon Shaped Pool”, a banda britânica apareceu assim, delicada. O ritmo dado no novo show é de trip. Trip psicodélica, trip rock, trip experimental. Mas é trip o tempo todo. Até as músicas mais conhecidas e de dinâmica mais, digamos, rápidas, parecem estar num tom a menos, para se encaixarem no ritmo mais slow do novo disco.
“Eu realmente estou surpreso que vocês ainda estão aqui”, disse Thom York ao público, meio que tipo irônico, acho que no fim do primeiro bis (tiveram dois, em quase duas horas de show). Mas ninguém estava, na real. Eu pelo menos não estava. O lugar era outro. Tinha o Radiohead e tals, mas não era ali não.
Mesmo algumas horas passadas do fim do show, foi difícil voltar desse lugar onde o Radiohead nos leva. Acho que isso explica porque eu achei “médio” a apresentação do incrível grupo australiano Avalanches, minha maior expectativa do dia (noite). Culpa do Radiohead.
PS: O disco novo, tocado em cinco primeiras músicas, fica lindo ao vivo. “Burn the Witch” é um absurdo, vendo a banda desempenhá-la. E a trip da qual falei começa cedo, com a incrível “Daydreaming”. Aí já era.
Curta abaixo os vídeos dessas e de hits, abaixo.
O setlist
Burn the Witch
Daydreaming
Decks Dark
Desert Island Disk
Ful Stop
The National Anthem
Talk Show Host
Lotus Flower
No Surprises
Pyramid Song
The Numbers
Karma Police
Weird Fishes/Arpeggi
Everything in Its Right Place
Idioteque
Bodysnatchers
Street Spirit (Fade Out)
Bis
Bloom
Paranoid Android
Nude
2 + 2 = 5
There There
Bis 2
Creep
* As fotos usadas neste post e na home da Popload são do jornal espanhol “El Mundo”.
** A Popload voa pela Europa a convite da KLM e Air France.</strong>
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Cara, melhor review que já vi de Radiohead, traduziu o que sinto no show deles. Sabe se estão planejando de vir com esse show ao Brasil?
Luciano, sei que vc é uma cara influente no meio, então é melhor vc agitar logo o anúncio oficial do show deles no Brasil pq depois de tanta cobertura assim e eles não vierem o sr. Será persona non grata! hahaha. É sério…
Eduardo, Like para seu comentário. E é exatamente esse misto de sensações e outra dimensão que a banda nos leva, que muita gente não consegue ter a sensibilidade para gostar da banda. Lembro que cada música tocada no show, parecia moer com todos os meus sentidos.
Michele, no show em Sampa tive a sensação de estar participando de uma missa, em meio a fiéis, de olhos fechados, recitando as letras. Os climas da guitarra do Jonny, o místico de si mesmo Thom, numa estranha irmandade. Ao abrir os olhos, estamos todos nesta estranha porém familiar dimensão de geometria alterada pelos lasers verdes gerando portais. Sentidos moídos para ver o som e ouvir as linhas projetadas.
Plmds, eles tem q que colocar Reckoner nesse setlist se eles vieram para o Lolla 2017.