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* If you start me up I’ll never stop.
Beatles ou Stones? Na falta da primeira, serve viver a atmosfera de ter “ao lado de casa” um show da segunda, a também conhecida como “uma das duas maiores bandas de rock da história”. Finalmente e provavelmente de modo final, os Rolling Stones tocaram sábado no Maracanã, no Rio de Janeiro, apesar das contundentes declarações do técnico Muricy Ramalho, do Flamengo. E quarta que vem, em São Paulo, depois de ser marcado para o campo do Palmeiras, mudar para o do São Paulo, voltar para o do Palmeiras e ser sacramentado no estádio do São Paulo. O futebol realmente entrou na vida de Mick Jagger, principalmente quando o nome dos Rolling Stones é misturado ao do Brasil. Mas, quando é show do grupo inglês que nasceu em 1962, seus dois líderes têm 72 anos de idade, isso é sinal de sorte. Para quem foi à apresentação Rio e para quem vai às duas de São Paulo e a derradeira em Porto Alegre.
O show começa com um dos riffs mais conhecidos do rock, soltado pelo inacreditavelmente vivo Keith Richards, sob pulos do inacreditavelmente saltitante Mick Jagger. É um dos 200 clássicos dos Stones, “Start Me Up”, música cujo título diz muito e vem precedida por um vídeo que conta toda a história dos Stones, desde que a dupla compôs junta “Tell Me (You’re Coming Back)” até esta atual turnê no Brasil.
A resenha do show do Maracanã de anteontem, escrita pelo ótimo Pedro Antunes no jornal “Estado de S.Paulo”, começa se assumindo brega ao tascar uma “metáfora gastronômica” para dizer que os Stones, hoje, são como aquele velho cozinheiro, cujas mãos enrugadas e trêmulas talvez não sejam mais capazes de picar alho e cebola com a eficiência de anos passados, mas seu feijão ainda tem um sabor único. Eu tenho visto shows da banda de Jagger/Richards e lido sobre o envelhecer dos Stones há muitos e muitos anos, e nunca vi uma “metáfora” casar tão certinho como essa, na imprensa mundial. E ainda mais com um “tempero brasileiro”, apropriado para a ocasião.
O velho chapa Thales de Menezes, um dos jornalistas com a maior amplitude musical que eu conheço, reflete na Folha de S.Paulo como é possível convencer as 65 mil pessoas que foram ao Maracanã sábado de que o rock está morto, como propaga uma corrente de desentusiastas do gênero. Como assim morto se Jagger, Richards, Wood, Watts não estão? Da velha turma deles, só Brian Jones está, mas isso é uma outra história.
O show do Rio no sábado e a turnê inteira brasileira tem um significado histórico de vários sentidos. Para ficar só em um deles, no começo do concerto Jagger mandou um “É bom ver vocês de novo”, saudando a galera carioca. Os Stones tocaram há dez anos na praia de Copacabana para um público de 1.5 milhão de pessoas, o oitavo show mais visto de todos os tempos no mundo.
Lá, em 2006, as duas músicas que encerraram a apresentação, “You Can’t Always Get What You Want” e “(I Can’t Get No) Satisfaction”.
O setlist completo do show do Rio é o abaixo:
Start Me Up
It’s Only Rock’n’Roll (But I Like It)
Tumbling Dice
Out of Control
Like a Rolling Stone (Bob Dylan)
Doom and Gloom
Angie
Paint It Black
Honky Tonk Women
You Got the Silver
Before They Make Me Run
Midnight Rambler
Miss You
Gimme Shelter
Brown Sugar
Sympathy for the Devil
Jumpin’ Jack Flash
Bis
You Can’t Always Get What You Want
(I Can’t Get No) Satisfaction
** E, aqui embaixo, montaram o show todo dos Stones no Rio, de sábado, num vídeo só. Está tudo nele.
*** A ótima foto que abre este post é de Guito Moreto da Agência O Globo, do Rio.
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