Sua nova banda predileta: PARQUET COURTS

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* Popload em Seattle. E, se eu passar mal aqui, vou dar um pulo no Seattle Grace.

* O pique é de banda de Atlanta, de Austin, de Minneapolis, de Portland, daqui de Seattle, só que não. É do… Brooklyn, Nova York.

Juro. Estou há séculos (desde fevereiro) para falar aqui desta banda que tem tudo o que eu gosto numa banda. Não sei nem explicar direito, mas quando começo a ouvir qualquer música deles, enxergo tudo muito claro. Rock com cara de “college radio”, desses que nos anos 80 você usava para descrever REM, Husker Du. Li uma vez que eles são “art-punk”. Acho que é assim. Ou não.

Guitarrinha suja que segue um ritmo só, gostoso, até gritar e perder o controle na distorção. Vocal que parece sair de um cara “brother” e que você sabe que em segundos vai entrar em desespero. Baixo e bateria firmes, com personalidade, mas que deixam os atributos que eu falei mais acima ainda mais acentuados. Pensa num Pavement com os caras bem adolescentes tocando hardcore. Mais ou menos isso.

Nada de novo, tudo de novo. Só que o importante no Parquet Courts é a energia, que acho ser a coisa que mais prezo na música.

Na verdade eu sei como tentar descrevê-los um pouco, em cima de referência. E guardada a devida distância impulsiva. O Parquet Courts é um misto de Strokes e Nirvana com o vocal ora parecendo o Jonathan Richman (Modern Lovers), ora o Alex Turner. São dois caras que cantam na banda.

Mas então. Desde o começo do ano, escutando umas rádios indies americanas enquanto trabalho, de repente pintava uma música que “batia”. Aí eu ia conferir o que é e… Parquet Courts. Ou então estou ouvindo a Sirius XMU, uma música linda atrás da outra, e fico atraído pela que está chacoalhando meu celular ao ser tocada. Vou ver e é… Parquet Courts.

Daí fui e comprei o álbum deles, “Light Up Gold”, que teve um lançamento megaindie no ano passado mas, quando a banda começou a pegar corpo ao vivo, relançaram duas vezes. Em janeiro, modestamente, e em fevereiro, já com mais barulho.

Não paro de escutar, DIARIAMENTE. Este e o disco do Aldo, daí de São Paulo.

Resumindo bem a parada: “Light Up Gold” é uma coleção de 15 músicas uma grudada na outra, grudada mesmo, em que tudo faz sentido. Ou não tem sentido nenhum e isso é o que é legal. Eu não sentia no rock novo a energia que tem as primeiras músicas “Master of My Craft” e “Borrowed Time”, quando tocadas na sequência no disco ou ao vivo, desde o primeiro EP dos Strokes. Desde “I Bet You Look Good on the Dancefloor”, do Arctic Monkeys. Não vou nem falar da obra-prima que é o single mais conhecido deles: “Stoned & Starving”, o melhor nome de música deste século. A música é um espetáculo.

O show deles é incrível. Os caras tocaram ontem no Primavera Sound, em Barcelona. Galera pirou pelo que eu vi no Twitter. No começo da semana, de rolê sonoro pela Inglaterra, se apresentaram na loja da Rough Trade East. Responsa.

Mas o melhor de tudo está num show que deram aqui em Seattle, em março, numa loja de bicicletas (!!) e que foi transmitido ao vivo pela KEXP, uma das melhores rádios indies do mundo. De chorar. É o show inteiro. Ou seja, pouco mais de meia hora.

Bom, é isso. Baixe o disco, veja o show, compre a camiseta. Se você se identifica um pouco com o texto acima, não tem como não amar o Parquet Courts. Compilei um monte desses vídeos que mencionei, aqui embaixo, para você conferir essa molecada nada hipster do Brooklyn, haha.

No final vou deixar “Stoned and Starving”, dez minutos, ao vivo em Brighton, Inglaterra, março. E “Master of My Craft” ao vivo numa ponte em Austin, também em março, dentro do South by Southwest.

Considere tudo um presente de aniversário. E não repara a bagunça. Os meninos do Parquet Courts são barulhentos.

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