Ainda o Cage the Elephant. O último disco do ano tira o grunge para dançar

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* Oficialmente lançado hoje, “Tell Me I´m Pretty”, do Cage The Elephant, quarto álbum da banda de Kentucky, sucessor do barulhento “Melophobia”, lançado em 2013, é o último disco deste ano cheio de bom discos (a lista de melhores da Popload chega segunda-feira). Nosso derradeiro olhar sobre o derradeiro disco que nos interessa em 2015, convidamos o poploader Alexandre Gliv Zampieri, especialista em CtE, para nos dizer o que achar do novo trabalho da nada-fácil banda. E o Alexandre falou o seguinte, sobre o álbum que pode ser ouvido aqui:

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O Cage, que foi sempre mudando a cada álbum, agora se despede oficialmente dos anos 90 para passear pelos 60 e 70, trocando a barulheira grunge alternativa por sons mais dançantes e levemente psicodélicos.

Curiosamente é voltando ainda mais ao passado que acaba revelando uma banda que está é bem de olho no presente, fazendo um som mais acessível e, digamos, radiofônico contemporâneo.

É bem verdade que, desde o primeiro disco, o Cage The Elephant se mostrou bem inquieto, em alguns casos até beirando uma ótima esquizofrenia sonora, mas dessa vez a intenção é mais clara. Muito provavelmente deslumbrados com a boa recepção em sua terra natal de alguns singles do
álbum anterior, especialmente “Come a Little Closer” e “Cigarette Daydreams”, a mira agora são os próximos capítulos e continuar expandindo.

Todo esse foco acabou fazendo deste talvez o disco mais uniforme e menos diversificado da carreira até então. E, se de primeira ele pode causar uma leve estranheza, já em uma segunda audição o disco cresce muito e se destaca em faixas como “Portuguese Knife Fight”, com um pé no Iggy Pop), passando pelas deliciosas “Sweetie Little Jean” e “Cold Cold Cold”, até a última e “Punchin’ Bag”.

Na verdade o primeiro single, como já comentamos algumas vezes por aqui, já dava boas pistas do que viria: “Mess Around”- 50% Outcast / 50% Black Keys, essa última não por acaso influência mais presente ao longo do disco, já que foi produzido por um dos seus membros, o vocalista e guitarrista Dan Auerbach.

A exceção fica por conta de “That´s Right”, com uma levada de baile country roots que, assim como “From Here on Out” do The Killers, não consegue exatamente chegar a lugar nenhum e, quando consegue, definitivamente não é um bom lugar.

Com todas essas mudanças e variações de tons dos albuns anteriores, fica a curiosidade em saber como a banda vai mostrar o disco novo ao vivo e trabalhar os setlists, encaixando seus contrastes e fazer a coisa toda continuar funcionando muito bem em cima do palco, sem deixar de ter aquela apresentação divertida e explosiva como já vimos algumas vezes por aqui.

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