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* Você sabe a história. O músico americano Daniel Johnston, que estrelou a emocionante 20ª edição do Popload Gig semana passada, tem sérios problemas de saúde. Sua incrível carreira de desenhista e sua prolífica trajetória de herói da música independente brigam há muitos anos com sua condição mental e física, que recentemente fizeram Johnston cancelar a vinda ao Brasil em março, a tocar apenas três músicas em seu último concerto no festival Sxsw e tal e coisa.
Todo esse drama pessoal do músico adorado por metade do rock americano está registrado no premiado documentário “The Devil and Daniel Johnston”. Johnston tem vários demoninhos, o pouco de convívio com ele deu para perceber.
Daí que, para o show em São Paulo, no Beco, ficamos muito nervosos. Ele estava bastante inquieto, chegou na casa muito carrancudo e nervoso, não quis jantar antes, mudou o script da turnê sul-americana na ordem das músicas, quis no começo subir no palco sozinho, o que para ele é desaconselhável no primeiro contato com o público etc. As primeiras duas músicas foram difíceis. Ele estava bem nervoso e tremia incontrolável. Mas aos poucos engatou e fez um lindo show, com a ajuda da banda indie paulistana formada para acompanhá-lo. Terminou feliz. Até bis deu.
Daí que paralelo a isso, rolava um concurso de Instagram para a foto mais bacana, organizado pelo Popload Gig e que dava um pôster autografado ao autor da imagem escolhida.
Daí que uma das finalistas, a da Erika Morais (@erikamorais23), que não ganhou (fui voto vencido) o pôster, trazia uma imagem de Johnston num momento reflexivo antes de uma parte vocal qualquer. Na cabeça dele batia uma luz escura (ou não batia uma luz) que me deixou encafifado. Ali, perto da orelha esquerda dele, não parece um…
Eu, hein!
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