>>
* Popload no Noroeste americano. Perto de Portland. Não muito longe de Vancouver, Canadá. Mais perto de Seattle. Porém mais próximo mesmo a East Wenatchee.
Num primeiro olhar, o Sasquatch, grande evento musical que começa hoje em Quincy, no Estado de Washington, ponta esquerda bem ao norte no mapa dos EUA, é apenas mais um dos muitos festivais do calendário americano. As dezenas de bandas e artistas solo estão lá. Os palcos vários contemplando a música independente, o hip hop e o eletrônico também.
Só que, olhando de perto, o Sasquatch Festival 2015 é bem diferente.
Para começar, o festival é montado no Gorge Amphitheatre, imensa área ao ar livre que utiliza uma ribanceira como arquibancada natural e gramada para mais de 20 mil pessoas e tem seu palco principal à frente de um desfiladeiro lindo, com o rio Columbia e suas montanhas ao fundo. Quando escurece e a paisagem some no breu, o “main stage” brilha absoluto, quando não disputa a atenção de olhar com a lua e as estrelas que enfeitam o visual em noites de céus limpos. O Gorge é considerado uma das locações para shows mais bonitas e cênicas do mundo. Pearl Jam, Bob Dylan e David Bowie são alguns dos artistas que já se apresentaram no local. A banda de Eddie Vedder tem até um disco ao vivo lançado que traz o nome do Gorge Amphitheatre.
Mais indie que o californiano Coachella e o Lollapalooza de Chicago, por exemplo, o Sasquatch Festival tem excelente curadoria bastante influenciada pela região que habita. A três horas de carro de Seattle, cinco de Portland por um lado e Vancouver (Canadá) de outro, o evento se encontra cheio de ouvintes dedicados das rádios de música independente do pedaço noroeste americano.
As principais atrações anunciadas são o rapper Kendrick Lamar (badalado artista indie dentro do hip hop americano), o veterano Robert Plant (hoje, o ex-Led Zeppelin é superindie, não?) e o grupo local Modest Mouse, dos arredores de Seattle, um dos nomes mais simbolicamente “alternativos” do rock americano desde os anos 90.
Mas é no recheio de sua escalação que o Sasquatch brilha. Artistas emergentes no cenário como Father John Misty, Future Islands, War on Drugs, a australiana Courtney Barnett, os ingleses do Royal Blood e Jungle, as talentosíssimas Sharon Van Etten, St. Vincent, Jenny Lewis e Angel Olsen representando o forte indie feminino americano. Nomes mais consagrados como Tame Impala, Hot Chip, Spoon, Lana del Rey puxam nomes ainda menores como Sylvan Esso, Twin Peaks, Broncho, Alvvays, Natalie Prass, Strand of Oaks.
O incrível Spoon, uma das muitas e muitas atrações boas do Sasquatch 2015
Tido como um dos festivais mais “paz e amor” dos EUA, o Sasquatch Festival acontece no Estado (Washington) onde a maconha é liberada para o uso recreativo. Não que pela lei a erva possa ser legalmente fumada em ambientes públicos. Só em casa. Mas a polêmica de que o Gorge Amphitheatre é um local privado, tem um proprietário, traz um amolecimento da regra e da vigilância e faz a maconha ser bastante vista “sem culpa” em boa parte do festival, que ainda, diferentemente do Coachella e outros nos EUA, permite tomar bebida alcoólica sem ser em “cercadinhos” reservados.
O Sasquatch existe desde 2002 e teve como principal atração o Jack Johnson (pensa). Tirou seu nome de uma famosa lenda urbana que até livros e expedições de caça já rendeu, de tão séria. O festival tem batismo em homenagem à criatura gigante e selvagem, meio homem e meio macaco, que há muitos anos é constantemente “visto” nas florestas frias e de árvores altas da região. No Brasil, é conhecido como Pé-Grande. Afirma-se até que o Sasquatch, a fera, tem parentesco com o “Abominável Homem das Neves” do Tibet.
O festival, que vai até segunda-feira (feriado do Memorial Day nos EUA), tem palcos que faz referência ao monstro, além de seu próprio nome, que batiza ainda o palco principal, o Sasquatch Stage. São eles, Bigfoot, El Chupacabra e Yeti.
>>