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* Popload no Oregon, NW dos Estados Unidos.
* Portland, uma das cidades mais incríveis em que dei a sorte de ter pisado, tem uma auto-estima que São Paulo, por exemplo, não tem e deveria ter. Portland se vende. As pessoas compram a fama da cidade, porque querem comprar, porque incentivam essa fama, e principalmente porque ela é real. Todos aqui realmente parecem gostar de Portland e de fazê-la melhor. Não à toa, você vai na incrível megaloja Powell’s City of Books e dentre os 20 livros mais vendidos tem uns seis, sei lá, cuja inspiração é Portland. Tudo livro recente. Ou pelo menos desta década. Vi vários, na linha “As Melhores Cervejarias de Portland”, “This Is Portland” (A cidade que todos dizem que você deveria gostar), “Os Gatos de Portland”, “Portland e os cavalos”, “As Bicicletas de Portland”, “As Rosas de Portland”, “Lugares para Nadar Pelado perto de Portland” (vocês leram a Popload ontem, né?), “Portland e os Vegans”, “Portland e a Obsessão por Cafés”, “As Bandas de Portland”…
* Para quem parece um bairro grande de São Paulo e tem 600 mil habitantes em sua área (ok, contra 12 milhões de SP), a cidade é considerada a mais verde dos EUA, teria a maior população de galera que anda de bicicleta como transporte oficial sendo que o transporte público é uma beleza, tudo é plano e muita coisa se faz a pé e o Ibirapuera aqui seria apenas o 49º lugar na parada dos parques, em tamanho.
* Enfim, fora tudo isso fiquei emocionado ontem em passar pela Flanders Street, na ótima região hipster Pearl District. É famosa a história de que o Matt Groening, o criador do desenho The Simpsons, é de Portland e botou nome de vários personagens do programa em homenagem a ruas da cidade. A cool Flanders Street batizou o Ned Flanders, o vizinho “insuportável” do Homer. 🙂
* E, enfim, a Courtney Barnett. Ontem, dei uuma chegada à enorme Everyday Music, uma das muitas lojas de disco de Portland. Três pôsteres grandes do primeiro disco da guitarrista canhota australiana, o incrível “Sometimes I Sit and Think, and Sometimes I Just Sit”, lançado há três meses e um dos mais importantes álbuns de 2015, ilustram de modo vistoso as vitrines da Everyday Music. Chega a inibir outros pôsteres de outros lançamentos.
Prova master de que Courtney Barnett encanta em terras americanas é o jeito que falam das músicas dela quando vão tocá-las nas rádios daqui. Qualquer que seja a emissora, qualquer que seja a canção. Courtney Barnett é atração deste final de semana no Sasquatch Festival, aqui do lado. Ontem um DJ da 94.7 FM, rádio indie de Portland que faz parte da associação NPR, ficou uns cinco minutos explicando o quanto o show dela era o mais imperdível do festival, entre os 60 que vão acontecer. Acho que eu concordo.
Courtney Barnett atualmente está ocupada com uma residência lotada no Bowery Ballroom, em Nova York. São três datas seguidas, todas sold-out. Começou ontem. Claramente Courtney Barnett já precisa tocar em lugares maiores em NYC, tipo o Terminal 5.
Abaixo, cenas do show de ontem. Inclusive fazendo cover de “Cannonball”, das Breeders.
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