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* A polícia americana entregou o maior final de temporada de todos os tempos, que rendeu uma prisão real na véspera do episódio e pode levar um milionário americano à condenação de morte.
Domingo passado foi ao ar o último episório do seriado mais surpreendente e comentado do ano, “The Jinx: a Vida e as Mortes de Robert Durst”, que começou sem alardes em fevereiro na rede paga HBO e está causando comoção agora nas páginas de cultura, policial e de negócios dos grandes jornais e revistas. A série, em seis episódios, é um documentário sobre o senhor Robert Durst, do título, ricaço de 71 anos, empresário do ramo imobiliário em Nova York, que até então era acusado de assassinar três pessoas: a própria mulher, desaparecida desde 1982, sua melhor amiga e um vizinho. Mas que sempre viveu livre, porque nada nunca foi provado.
Tais crimes envolvem esquartejamento, uma fuga ao Texas do milionário, o casamento com uma mulher muda.
Mas eis que, domingo à noite, na HBO, foi ao ar no último minuto do derradeiro episódio a seguinte confissão de Durst, que estava no banheiro com o microfone ligado, falando sozinho:
A história toda é longa e bem contada na série, pelo diretor Andrew Jarecki, há tanto tempo obcecado pelo “caso Durst” que dirigiu em 2010 o longa metragem “All Good Things” (aqui, “Entre Segredos e Mentiras”), estrelado pelo astro Ryan Gosling e a boneca Kirsten Dunst. O filme, inspirado na vida “polêmica” de Durst e na história do sumiço de sua bela esposa, que à época abalou a elite nova-iorquinha, foi malhadíssimo quando estreou, considerado bem fraco, teve prejuízo nas bilheterias, mas uma pessoa pareceu se interessar bastante pela história: o próprio Durst.
Ele ligou para o diretor Jarecki, ofereceu-se para contar seu lado da coisa toda e a história virou esse seriado de agora. E que acabou como acabou.
Tuuuuuuuuuuudo isso para falar que, por vias tortas, “The Jinx: a Vida e as Mortes de Robert Durst”, ainda não disponível na HBO daqui, no Now, na loja do iTunes etc., serviu para ressuscitar a outrora cultuada banda indie californiana Eels, do figura E. (Mark Oliver Everett), que tem uma música sua na abertura do seriado. E por causa disso, voltou a tocar “forte” nas rádios indies. Eu estava estranhando, haha.
O Eels teve sucesso indie nos anos 90, era razoavelmente falado no começo dos 2000 e lançou álbum até o ano passado, sem repetir o êxito de rádios e repercussão de anos atrás. “Fresh Blood”, que está na trilha de “Jinx” e resgata o Eels ao noticiário pop, é música do disco de 2009 da banda, “Hombre Lobo”, o sétimo da discografia do Eels. A canção já tinha sido usada em outro seriado, “True Blood”.
E, agora, pode ser ouvida nas melhores rádios indies dos EUA.
Quem diria. Eels ligado a um milionário que deve entrar no corredor da morte. A carreira dessa banda realmente é algo notável.
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