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* Cataplá!!!!
Fui brincar com o Jack White no primeiro post do ano e veio exatamente dele a primeira grande bomba cool de 2015. A gravadora luxo de White, a Third Man Records, acaba de lançar agora em janeiro, em vinil e DVD, o registro da espetacular e histórica passagem do White Stripes no Brasil na insana tour latina de 2005.
Insana porque o White Stripes, um dos grupos (duo) mais legais da história do rock recente, tirou essa tour para fazer shows bizarros, “fora da ordem”. Teve até um concerto num bar podre no lado argentino da tríplice fronteira, em Foz do Iguaçu. Eu fui nesse, devia ter umas 200 pessoas no máximo. Tinha chovido e o palco era um tablado com uma estrutura capenga no “quintal” desse bar. O público ficava no barro, porque não tinha uma lona para pisar e a chuva foi intensa e duradoura.
Mas aí eles fizeram nesse giro um show no colossal Teatro Amazonas, em Manaus. Esse que vai ser lançado agora, dez anos depois. Fiquei tão emocionado que chamei o brother Paulo Terron para contar melhor sobre esse fato. Terron manja mais de Jack White e Third Man Records e White Stripes do que eu manjo de gatos no Instagram, para você ter uma ideia.
Então, a bola está com ele. Já guarde uns dólares.
Por Paulo Terron
Aí fomos pegos de surpresa: o Brasil não só receberá Jack White como atração do Lollapalooza, em março, mas também será o foco da mais recente edição do programa de assinaturas Vault, da mais-do-que-cool gravadora Third Man Records.
White, um dos arquivistas mais notórios do rock, lembrou-se que em 2015 se completam dez anos da passagem arrasadora do White Stripes pelo Brasil – que teve shows em São Paulo, Rio e Manaus. Nesta última, a apresentação foi no lendário Teatro Amazonas. É daí que sai o pacotão da Third Man: um disco duplo, em vinil vermelho, e um DVD com o show amazônico, completados por cartões postais e pôster comemorativos. De bônus, um compacto com uma inédita do músico (“Let You Down”, de 2000, que depois se transformaria em “The Nurse”) e um outtake do White Stripes, “Ain’t No Sweeter Than Rita Blues”, gravado na época do álbum “Get Behind Me Satan” (2005), que gerou a turnê que veio para cá.
Essa viagem do White Stripes pela América do Sul foi surreal por vários motivos. O primeiro, por iniciar o que viria a ser praxe na carreira de White – a vontade de fazer apresentações em lugares inusitados. Além dos shows em casas de show tradicionais, Jack e Meg tocaram em locais como o La Reserva, uma casa noturna tosca de Puerto Iguazú, na Argentina. Em Manaus, a dupla gravou um especial para a MTV americana. Anos depois, em entrevista à divisão brasileira da rede, White lembrou que o gesso do teto da construção caía durante os momentos mais intensos do show.
O segundo momento marcante dessa viagem foi o casamento de White com a modelo e cantora Karen Elson, feito em um barco no encontro dos rios Negro e Solimões (Meg foi madrinha). O casal permaneceu junto até 2011 e tem dois filhos, uma menina e um menino.
Durante o show de Manaus, Jack e Meg também decidiram atender aos fãs que não haviam conseguido entrar no Teatro Amazonas: no meio do show eles saíram do lugar e tocaram uma versão acústica de “We Are Going to Be Friends” para a galera que estava do lado de fora. Manaus nunca mais foi a mesma. Nem o indie nacional.
* Tracklist
Blue Orchid
Dead Leaves and the Dirty Ground
Black Math
Love Sick (Bob Dylan)
My Doorbell
Passive Manipulation
Hotel Yorba
The Same Boy You’ve Always Known (electric)
The Same Boy You’ve Always Known (acoustic)
Little Ghost
When I Hear My Name
I Asked For Water (Howlin Wolf)
Fell in Love With a Girl
The Nurse
Little Bird
Death Letter (Son House)
St. James Infirmary (traditional)
Screwdriver
Passive Manipulation (reprise)
I Just Don’t Know What to Do With Myself
(I’ll Be With You) In Apple Blossom Time (Albert Von Tilzer/Neville Fleeson)
I Just Don’t Know What to Do With Myself (continued)
Seven Nation Army
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