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* Se você esteve com problemas de conexão à internet desde abril e ainda não viu “Girls”, saiba que a série de TV mais cool de tempos recentes estreia no Brasil hoje à noite, 22h, na HBO.
Nos EUA “Girls”, que estreou este ano, já acabou em sua primeira temporada. Pra tornar o blablablá de apresentação curto, a série é uma espécie de “Sex and the City” loser e indie e quebrado. Mas também pode não ser, porque as coincidências com a referência famosa acabam no fato de ser uma história de um grupo de quatro amigas e se passar em Nova York. Mas, para começar e dar o tom, “Girls” se passa no Brooklyn. E tevem sua première em março no festival South by Southwest, no Texas. Entende?
O grupo de amigas de “Girls” é formado por garotas mais jovens e com bem menos “glamour” que “Sex and the City”. Elas e os ótimos personagens-satélites da série moram no Brooklyn. Um deles tem até banda. Nos diálogos, citam grupos e clubes de rock. Tem um episódio que mostra um show acontecendo em Bushwick, que é o lado B do Brooklyn. pensa.
Vaccines, Scissor Sisters, The Knife, Belle & Sebastian, Echo Friendly são algumas das músicas que já fizeram parte de “Girls”. Parte mesmo porque a música no seriado é tão importante que ela não apenas “toca”. Ela interfere no ritmo da série.
As garotas de “Girls” não têm nada de especiais. E exatamente isso é que torna o seriado tão especial, por um lado. E é o motivo também de a série receber algumas críticas, tipo “nada acontece no programa”.
A história mostra quatro amigas de 20 poucos anos, todas bem diferentes entre si, tentando ser felizes no trabalho/carreira em plena crise atual de emprego americana. Com rachaduras familiares. E, principalmente, tentando ser felizes no amor, colecionando só fracassos em relacionamentos.
Já escrevi por aqui, desde abril, que:
1) “Girls” serviu para revelar a impressionante Lena Dunham, 26 anos, que criou, dirigiu, escreveu, é uma das produtoras e ainda por cima a atriz pessoal. A menina é gênia. Os diálogos e situações que ela consegue transformar em cenas são absurdos de bom e tem um ritmo delicioso.
2) O personagem de Dunham, Hanna, se acha gorda e mais feia que as amigas gatas. Numa cena em que ela está chapada de ópio conversando com duas delas, Hanna fala: “Vocês duas são deusas. Quando eu olho para vocês, uma canção do Coldplay toca no meu coração”. Em uma discussão sobre o cara que não dá atenção para Hanna, a polêmica é que ele nunca respondeu o SMS que ela enviou, o que leva as amigas a dizerem para Hanna: “Esquece”. Depois fazem o ranking dos jeitos mais baixos de comunicação para chamar alguém para sair, conquistar, enfim, em escala de eficiência. Pela ordem: DM de Facebook, o chat do Gmail, o SMS, ligar no celular e por fim ao vivo.
3) “Girls” sempre toca uma música inteira em seu final, na hora dos créditos. Às vezes, as músicas interagem com a cena derradeira.
4) O “New York Times” já disse que tem umas cenas de “Girls” que faz o seriado ser “inassistível”, haha. Não vou entregar muitas coisas, mas isso tem a ver com trapalhadas sentimentais e sexuais embaraçosas de tão bestas.
5) Para quem acompanhar (ou acompanhou) o seriado, minhas duas cenas prediletas são uma em que toca Vaccines no fim num momento grandioso; e outra em que duas das amigas vão a um apartamento de um yuppie anos 2010 sedutor e toca “Slave to Love” em um mashup feito pelo cara. Só isso.
* “Girls” teve 10 episódios em sua primeira temporada. Nos EUA, a segunda irá ao ar apenas em janeiro de 2013.
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