As melhores músicas de 2025 eleitas por ele: Barack Obama

Todo fim de ano é a mesma cena: sites, jornais e revistas despejam listas de “melhores do ano” em música, cinema e TV, enquanto fãs tentam sobreviver a esse tsunami de recomendações. Além das nossas próprias listas (as melhores, óbvio), muitas outras a gente destaca aqui, você já deve ter percebido. 

Mas, no meio desse ritual bem estabelecido, uma das seleções mais aguardadas não vem de uma revista especializada, mas de um ex-presidente. As listas anuais de Barack Obama viraram tradição na cultura pop, porque ele sempre se mostrou atento às tendências, ouvindo rap, jazz, R&B, música latina, indie, afropop e K-pop com a mesma curiosidade. Mais do que isso, o próprio Obama se tornou um ícone pop, e sua lista de faixas favoritas de 2025 funciona como um retrato de época, misturando hits gigantes e escolhas mais alternativas que poderiam muito bem estar em playlists de um blog indie.

Neste ano, a porção mais interessante da lista, para quem vibra com a cena alternativa, está justamente nas escolhas que fogem do óbvio. “Metal”, da banda neozelandesa The Beths, aparece como um dos destaques de “rockinho”. Jason Isbell entra com “Bury Me”, trazendo um country de autor denso e poético, que dialoga tanto com a tradição americana quanto com o público de folk alternativo. 

Há ainda espaço para projetos mais experimentais, como Everything Is Recorded com “Never Felt Better”, que reúne Sampha e Florence Welch em um clima sofisticado, e Ganavya com “Pasayadan”, puxando a lista para um território um tanto espiritual, contemplativo e nada óbvio.

As escolhas mais delicadas e introspectivas também revelam esse carinho do Obama pela cena alternativa. Laufey aparece com “Silver Lining”, consolidando essa fase em que ela leva seu jazz-pop romântico para públicos cada vez maiores, inclusive no Brasil, onde estrelou há não muito tempo um tal Popload Festival. Kacy Hill surge com “Please Don’t Cry”, pop melancólico e elegante, enquanto ROE entra com “Stay”, representando uma leva de artistas que operam no cruzamento entre bedroom pop e indie eletrônico. Chappell Roan marca presença com “The Giver”, um dos nomes mais comentados do ano, que mistura teatralidade, vulnerabilidade e refrões gigantes. 

Claro que gigantes do mainstream como Drake, Rosalía, Lady Gaga e Kendrick Lamar também aparecem, mantendo o equilíbrio entre o que domina as paradas e o que circula mais forte em nichos. Mas, olhando com atenção, a lista de 2025 reforça um traço que já virou marca de Obama: o verdadeiro coração da seleção está nessa costura entre cenas alternativo-indie, vozes emergentes e artistas que trabalham na borda entre o pop e o experimental. No fim das contas, é uma playlist que poderia estar tanto em um gabinete presidencial quanto na aba anônima de alguém montando uma mixtape para o amigo mais hipster do grupo.

Ou não?

As melhores músicas do ano, pelo Obama:

Olivia Dean: “Nice to Each Other”
Kendrick Lamar: “Luther” [with SZA]
Burna Boy: “Tatata” [ft. Travis Scott]
BLACKPINK: “Jump”
Bruce Springsteen: “Faithless”
Ganavya: “Pasayadan”
Olamidé: “99” [ft. Daecolm, Seyi Vibez, Asake, Young John
Lil Naay and Myke Towers: “Pending”
Rosalía: “Sexo, Violencia, y Llantas”
The Beths: “Metal”
Lady Gaga: “Abracadabra”
Gunna: “Just Say Dat”
Chappell Roan: “The Giver”
Mora and De La Rose: “Aurora”
Laufey: “Silver Lining”

Chance the Rapper and Jamila Woods: “No More Old Men”
Jason Isbell: “Bury Me”
Stacey Kent: “I Wish I Could Go Traveling Again”
Kacy Hill: “Please Don’t Cry”
ROE: “Stay”
Everything Is Recorded: “Never Felt Better” [ft. Sampha, Florence Welch]
Victoria Noelle: “In the Name of Love”
I’m With Her: “Ancient Light”
Jombriel, DFZM, and Jøtta: “Vitamina”
Jay Som: “Float” [ft. Jimn Adkins]
Alex Warren: “Ordinary”
Khamari: “Syrcamore Tree”
Drake: “Nokia”
Xavi and Manuel Turizo: “En Privado”
Obongjayar: “Not In Surrender”