Halloween, porém também uma sexta-feira, o que significa que é dia de lançamentos de novos álbuns na praça. Neste 31 de outubro, conhecido como o primeiro dia após o choro histórico de Abel Ferreira, Florence + The Machine, The Charlatans e Anna von Hausswolff soltaram novos discos. Cada um deles, claro, carrega uma história distinta, mas todos têm em comum o simbolismo de escolher o Halloween como data de estreia. O que isso significa? Absolutamente nada.
*** Florence e sua The Machine lançou “Everybody Scream”, um disco que transforma o grito em arte. Depois de meses de singles e teasers misteriosos, incluindo um vídeo em que Florence Welch aparece cavando um buraco e gritando dentro dele, o álbum finalmente chega às plataformas. São 12 faixas inéditas e versões alternativas nas edições deluxe em CD e vinil. O novo trabalho sucede “Dance Fever”, de 2022, e traz participações de Mark Bowen, o guitarrista doido e gênio do Idles. No estúdio, Florence escreveu mantras como “Clarity = Power”, deixando claro o tom espiritual e libertador do álbum. É uma obra que mistura drama, beleza e intensidade, como se cada canção fosse um ritual à própria voz dela. Ou seja: é sobre ela.
*** Quem também está com projeto novo é a veterana sueca Anna von Hausswolff, que escolheu o 31 de outubro para apresentar “ICONOCLASTS”, seu primeiro álbum de estúdio em cinco anos. Produzido por Filip Leyman, o disco reúne nomes como Iggy Pop, Ethel Cain, Abul Mogard, Otis Sandsjö e Maria von Hausswolff, irmã da artista. Inspirado no mito de Atlas e em sua peça Atlas Song, o álbum mergulha em texturas experimentais e combina o órgão e a voz de Anna em composições intensas e quase espirituais. Entre os destaques estão “The Whole Woman”, um dueto com Iggy Pop, e Stardust, que mistura percussão tribal e sintetizadores dissonantes. Manja?
*** Fechando a trilogia de lançamentos, os ótimos jovens das antigas The Charlatans estão de volta com “We Are Love”, o 14º álbum da banda e o primeiro em oito anos. O disco foi produzido por Dev Hynes, também e melhor conhecido como Blood Orange, e Fred Macpherson, do Spector, com colaboração de Stephen Street, que já trabalhou com The Smiths e Blur. Gravado no lendário estúdio Rockfield, no País de Gales, o mesmo do clássico “Tellin’ Stories”, de 1997, o álbum marca um reencontro da banda com sua própria história. Segundo o vocalista Tim Burgess, a gravação foi uma forma de homenagear o passado e reenergizar o presente. A faixa-título, “We Are Love”, resume o espírito do álbum: guitarras luminosas, refrão contagiante e uma sensação de estrada aberta, como um filme em movimento. Bom para reforçar essa nostalgia anos 90 pela qual estamos passando.