CENA viva – Fraga esta: neste fim de semana, a cena indie de BH ocupa um palco todinho da Virada Cultural da cidade

Se você, como nós, vem se entusiasmando com a cena mineira de nova música, saiba que na noite deste sábado (23), em Belo Horizonte, ela vai ocupar um pedacinho do hipercentro da cidade: artistas da nova leva de BH, alguns já conhecidos aqui, como Fernando Motta, os irmãos Clara Bicho e Gabriel Campos e o duo se apresentam na Virada Cultural da cidade, no tradicional Parque Municipal. O line-up completo conta também com Rafa Bicalho, Dani Moreira (Chico e o Mar), Dereco, Gustavo Vaz, Júlia Deodora e Luanda.

Acima, imagem de uma Virada Cultural de BH. Foto: Instituto Periférico. Abaixo, Rodrigo Leão e Caio Tavares, que formam a dupla Nó, um dos destaques do palco Fragaí

Um espaço que parecia, até então, muito “mainstream” e bem distante do “indie”, agora apresenta ao grande público novos artistas, de estilos musicais mais nichados (e esquisitos). Que belo-horizontino poderia pensar em um palco com indie pop, nova MPB e rock alternativo no Parque Municipal? Para os de fora: o parque é tipo um mini-Ibirapuera da capital mineira.

A Virada BH completa 10 anos

Chegando a sua décima edição, a Virada Cultural de Belo Horizonte é um dos maiores eventos públicos da cidade e reúne milhares de pessoas em shows de música, exposições de arte, feiras gastronômicas e pistas de dança, tudo isso de graça. Este ano, a Virada conta com mais de 300 atrações musicais, de diversos estilos, além do Viradão Gastronômico, que promove o melhor da culinária mineira, com mais de 25 bares e restaurantes participando.

No palco da Praça da Estação, terão shows de artistas já consagrados, como Carlinhos Brown com a Orquestra Ouro Preto, Olodum, a dupla sertaneja Israel e Rodolffo, Fat Family, Akatu convidando Djonga, entre outros.

Fragaí?

E a presença da CENA de BH na Virada veio através da segunda edição do Festival Fragaí, idealizado pelo músico e produtor mineiro Octavio Cardozzo. O Fragaí, que nasceu em parceria com o SESIMINAS como o “Ocorre Festival”, no início deste ano, contou com artistas como Anna Pêgo, Escadacima, Ítallo França e Júlia Guedes na primeira edição.

Nesta segunda, a ideia por trás do evento é a de apresentar ao público artistas “contemporâneos e potentes” da cidade, quem, de alguma forma, dialoga com a “atual sociedade”. Para isso, os shows terão formato mais intimista, que procure chamar atenção para as composições dos artistas.

Pôster do Festival Fragaí

O nome curioso da ação indie, “Fragaí”, vem da gíria/verbo “fragar”, gíria inventada de Belo Horizonte, uma corruptela de “flagrar” e que signfica, simplesmente, “conhecer” algo ou alguém. Geralmente é usado em frases como “Você fraga o fulano?”. E, neste caso, é um convite ao público para “fragar” esses novos artistas. 

Os shows acontecerão no palco Chico Nunes BH + Feliz, na noite de sábado (23) para o domingo (24). A primeira apresentação começa às 21h!

Fraga lá!

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CENA viva é o nome da nova série de textos da Popload que busca jogar luz às excelentes movimentações pontuais da CENA musical independente brasileira, cada uma em sua geografia e com suas características próprias. Outros posts da série: 

* BH – Beagrime: a inusitada mistura entre os sons de Londres e BH que agita a capital mineira

* RJ: Vera Fischer Era Clubber ilumina um lado B sombrio da nova cena do Rio. Com sarcasmo carioca, claro. Conheça o single “Fantasmas”

* RS: Heróis indies de Porto Alegre, banda Superguidis arma retorno aos palcos depois de 13 anos. O recomeço é em SP, no sábado

* SC: Indie da Ilha: conheça a cena alternativa de Florianópolis que leva ao resto do Brasil a “música manezinha”

* SP: Você já ouviu falar mesmo de emo caipira?

* BH: Evinha, ícone da MPB dos anos 70, brilha no festival Sensacional em BH, na esteira de seu ressurgimento (graças ao Tik Tok, óbvio!)