A semana começou daquele naipe, com o grande Tyler, the Creator surpreendendo os fãs com o lançamento de seu novo álbum, “Don’t Tap the Glass”. Com apenas 10 faixas e pouco menos de meia hora de duração, o disco chega com clima introspectivo, dançante e absolutamente sem cerimônia, anunciado com poucos teasers do nada e nenhuma superprodução.
O novo trabalho sucede o elogiado “Chromakopia”, de outubro do ano passado, e já começa chamando atenção na faixa de abertura, “Big Poe”, na qual Tyler dá vida a um novo alter ego, acompanhado por um rapper ainda não identificado e trazendo um sample de peso: “Pass the Courvoisier Part II”, clássico de Busta Rhymes com participações de Pharrell Williams e… P. Diddy.
Mas o que talvez diga mais sobre o álbum não está nas faixas, e sim no relato do próprio Tyler sobre a energia que o cercou. Em uma publicação, Tyler compartilhou a reflexão que o inspirou: “Perguntei a alguns amigos por que eles não dançam mais em público, e muitos disseram que é por medo de serem filmados. Isso me fez pensar o quanto do nosso espírito humano foi podado pelo receio de virar meme só por tentar se divertir”.
Essa inquietação deu origem ao que ele descreve como uma das melhores noites de sua vida: uma audição exclusiva com 300 pessoas, sem celulares, sem câmeras. Só música, suor e liberdade. “Toquei o álbum duas vezes seguidas. Aquilo era energia represada se libertando. Dançar, dirigir, correr… Qualquer movimento é bem-vindo pra captar o espírito desse disco. Mas tem que ser no volume máximo”, comentou.
“Don’t Tap the Glass” pode ser ouvido abaixo.