>>
* Popload em Austin, Texas!
Austin é a cidade mais absurda e bacana dos EUA. Ok, não conheço Portland (ainda), uma vergonha no meu currículo. Mas aqui, se não é a capital da música no mundo, como eles mesmo dizem, eu não sei onde é? Fora que me contaram na van, no papo de boa-vindas do aeroporto para o hotel, que é a cidade mais cara para se morar hoje nos EUA. Pensa. Mais que Manhattan.
E é a cidade que tem o South by Southwest. Em que o Tarantino tem um cinema dele. Que tem uma parede em Downtown com o desenho do Sapo Cósmico do Daniel Johnston. E que está sendo chamada nos últimos anos de “Silicon Hills”, uma alusão ao território californiano do Vale do Silício, o Silicon Valley, já que Apple, Google, IBM, Microsoft, HP, Dell estão abrindo grandes escritórios e fábricas por aqui.
Que tem uma ponte roxa, a Purple Bridge, em um dos cantos da cidade, em que na primavera (parece) cerca de 2 milhões de pássaros diversos visitam por duas semanas no ano, por algum motivo.
Que tem uma ponte, essa famosa, na Congress Avenue, onde moram um milhão de morcegos. Que meia hora depois do pôr-do-sol vem gente de todo lugar, por terra ou pelo rio, para ver a revoada dos bichos, que acordam juntos e saem para caçar.
E a janela do meu quarto, no hotel onde estou hospedado, tem vista para essa ponte “especial”.
Quando você chega a Austin, o recado é dado logo na chegada ao aeroporto, onde de sexta até domingo acontece o megafestival Austin City Limits. Em camisetas nas lojas de souvenirs ou até em faixas de “boas-vindas” a forasteiros no setor de bagagem podem ser lidos os seguintes lemas locais: “Não Bagunce com o Texas” e “Mantenha Austin Esquisita”, slogans de campanhas de marketing de outros significados (lixo na rua, incentivo a novos negócios) que ganharam força ao serem adotados em um sentido cultural. Tipo “caiu no gosto da galera”. E a galera de Austin é a galera da música.
A despeito dos avisos, o rapper Eminem, o ícone grunge Pearl Jam, os ressurgidos Outkast mais Beck, Lana Del Rey, Lorde e dezenas de outras atrações prometem bagunçar o fim de semana, a partir de hoje, daqui a pouco, dessa pequena grande cidade do Texas com a segunda etapa de um dos últimos festivais abertos dos EUA no ano, porque o inverno, mesmo essa região famosa por ser quente, está chegando.
Ao mesmo tempo, esse festival de grandes nomes, interessantes atrações de médio porte e selecionadíssimo grupo de novos artistas ajuda a manter Austin “normal”, dentro de sua esquisitice texana.
O Austin City Limits Music Festival, evento que repete sua programação por dois finais de semana seguidos com pouquíssimas variações em sua escalação (Lorde, por exemplo, não tocou na semana passada), acontece no Zilker Park, para uma média de 75 mil pessoas/dia.
Austin City Limits (ACL) é a marca patenteada de uma instituição musical de uma das cidades mais musicais dos EUA. Começou como um pequeno programa de TV para incentivar artistas locais, ganhou projeção nacional, abriu portas para bandas de todo o mundo, virou há pouco tempo uma imponente casa de shows fechada com capacidade para quase 3 mil pessoas e, desde 2002, é um dos festivais abertos que mais crescem na América.
O evento, que ainda destacará Skrillex, Spoon, Avett Brothers, Interpol, The Replacements, St. Vincent, Jenny Lewis, Catfish and the Bottlemen e Calvin Harris, serve também para manter a fama de Austin como a “Live Music Capital of the World”.
Austin tem sete festivais durante o ano, entre eles o gigantesco South by Southwest, uma das maiores vitrines da nova música mundial com mais de mil atrações que se espalham por boa parte de suas 250 casas de shows catalogadas.
O Sxsw, que acontece em março, ainda é famoso pelo festival de cinema e pela porção Interativa, apontando tendências de música, marketing e internet e atraindo cada vez mais um número enorme de jornalistas e publicitários atrás de exercícios para enxergar o futuro. Ou entender o presente.
Voltando ao Austin City Limits Music Festival, deste final de semana, de hoje, amanhã e depois, o evento abre espaço ainda a uma feira de arte para incentivar os artistas locais e alimenta todo mundo não com hambúrgueres gosmentos típicos de grandes festivais, mas sim com comida de produtores locais ou das famosas churrascarias da cidade, obviamente com grande opção de alimento gluten free e vegetariano. Tudo para manter Austin uma cidade esquisitamente normal.
** A Popload está no Texas a convite do Texas Tourism.
>>