60 anos, com corpinho de 17. O aniversário do "New Musical Express"

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* Vamos, indie-xiita. Pode cantar “Parabéns” aí, que eu sei que você quer.

* Chegando aos 60, mas com o corpinho de 16, 17, 18 anos, o semanário britânico “New Musical Express” faz aniversário hoje ainda lutando bravamente para se manter relevante nos tempos da internet, do download fácil, da indústria musical semimorta, ou, como defende alguns, dentro da “nova ordem musical”.

Conhecido como a “Bíblia da Música Independente” que o povo indie adora odiar, mas não larga, o “NME” circula a partir da Inglaterra desde 7 de março de 1952 como jornal, depois revista e, agora, também como site, rádio, série de shows, festival, publicações especiais e premiação.
Do jeito que dá, atravessando gerações, se adaptando às novas linguagens, formando jornalistas e sempre buscando se reformar visualmente ao passo do tempo, o “New Musical Express” segue, ainda em 2012, como importante referencial para a música nova de língua inglesa, baseada principalmente em guitarras e de bandeira independente, mesmo que às vezes tangenciando o mainstream ao sabor das ondas musicais jovens, que elege para depois derrubar os ídolos da hora.

Sempre atravessando boatos de crise econômica e possíveis fechamentos, o “NME” já viveu uma época em que vendia em torno de 200 mil exemplares por semana, devorado por fãs de Beatles, Stones e da música dos anos 60.
Hoje, editado pela primeira vez em sua história por uma mulher, Krissi Murison, 30 anos este ano, a revista não chega a números muito superiores a 30 mil exemplares vendidos por semana na maioria de suas edições, dizem na Inglaterra.
Mas com o NME.com, a NME Radio e uma pomposa premiação anual (a deste ano aconteceu na semana passada em Londres), a marca “New Musical Express” continua preciosa para a IPC, grupo de mídia gigante na Inglaterra e ligado agora à Time Warner americana.

O “NME”, um dos primeiros quando não o primeiro a gritar pelos Beatles nos 60, pelo punk nos 70, pelo pós-punk inglês nos 80, pelo som de Manchester no começo dos 90, depois grunge e britpop, e, por fim, por Strokes, White Stripes e o “novo rock” dos 2000, segue com a garganta afiada para berrar a nova onda, seja ela qual for.

* Este texto acima abre uma contracapa que a Ilustrada, da “Folha de S.Paulo”, dedica ao aniversário do semanário inglês. O material da página tem um texto-opinião sobre o “NME” de autoria do colunista Álvaro Pereira Junior, recomendadíssimo.

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