Thurston Moore traz a história do indie para São Paulo e encerra lindo o ano da Popload em shows

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* É noise. O ano incrível das “organizações Popload” se encerrou ontem, pelo menos no palco, com o show no Cine Joia, em São Paulo, do senhor Thurston Moore, um dos caras mais importantes da história da música independente. Moore trouxe uma superbanda com membros de seu grupo famoso, o Sonic Youth, mais a baixista do fundamental My Bloody Valentine, grupo inglês, fechando assim o círculo importante de representações com a mescla de pilares indies da cena americana e cena britânica: The Thurston Moore Band

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Quis o destino que o famoso baterista Steve Shelley, parceiro de longa data de Thurston Moore muito além do Sonic Youth, sofresse um grave problema de saúde na manhã do show paulistano, um descolamento de retina, sendo submetido a uma cirurgia às pressas aqui na cidade. O que poderia ter cancelado o show. Como se substitui, assim, em cima da hora, alguém do gabarito de Steve Shelley?

Com descolamento da retina, o baterista já tinha uma cirurgia agendada para a semana que vem nos EUA. Do outro olho. O problema de ontem aconteceu no olho “são”. Shelley recebeu só um conselho do médico daqui: “Sem movimentos bruscos por alguns MESES”.

Ficou tudo bem com Shelley mais tarde. Ele até compareceu ao Cine Joia para ver o amigo tocar, mas suas baquetas tiveram que ser entregues a um substituto brasileiro arrumado às pressas. O Babalu. Essa história incrível do indie paulistano que, de repente, tocou para a lenda Thurston Moore vai ser contada logo mais, em um outro post.

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Thurston Moore e sua banda executaram diante de olhos paulistanos seis músicas (mais duas no bis) em uma hora de apresentação enxuta, mas intensa. Não dá para tirar os olhos de Moore do primeiro ao último acorde. O cara que liderou uma revolução alternativa de guitarras lá atrás segue ficando ao lado do palco, contorcido e concentrado na guitarra e nos pedais. Bem mais Sonic Youth que os seus outros trabalhos anteriores, “Best Day”, seu mais recente disco e motivo principal desta turnê, ficou perfeito ao vivo.

Um show completamente diferente (nem melhor nem pior, diferente) daquele que veio ao mesmo Joia, dentro da turnê do álbum “Demolished Thoughts”. Mérito do baixo marcante de Debbie Googe? Não sei. Apesar da porção-sonic-youth, são também músicas com melodia, dessas que dá para cantar junto e viajar nos longos minutos instrumentais sem que um apareça mais que o outro. Banda entrosada, tudo na medida. Improvisações, distorções, muito barulho e projeções daquelas alucinógenas, que pareciam saltar das paredes da casa, os famosos mappings.

No setlist, seis músicas de “The Best Day” e duas de “Psychic Hearts”, de 1995, seu primeiro disco solo. Estava tudo lá, exatamente como a gente esperava. Quer dizer, quase tudo… Mas isso a gente guarda para um post seguinte.

Por enquanto fique com as fotos da performance da Thurston Moore Band ontem no Cine Joia. Por onde quer que se olhe, um show histórico. Mesmo.

As imagens são do poploader Fabrício Vianna.

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