Noel Gallagher se distancia do Oasis e mira o futuro em novo disco

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Desde que o Oasis acabou em 2009, os fãs passaram a contar os dias para o retorno da banda, que parece cada vez mais distante. Personagem mais avesso ao papo todo, Noel Gallagher lança mês que vem seu segundo álbum de estúdio, “Chasing Yesterday”, e em forma de música ele dá indícios de querer se distanciar cada vez mais do Oasis, como pode constatar a Popload em audição antecipada do disco, cortesia da Warner Music, gravadora do Gallagher no Brasil.

Se no primeiro álbum homônimo Noel e seus High Flying Birds jogaram na defensiva, repetindo a fórmula que ele usava em sua antiga banda, no novo disco o compositor inglês se arrisca mais. No meio das 10 faixas tem ali resquícios de Oasis, como na balada “Dying of the Light” e na acelerada “Lock All The Doors”, esta última com nascimento em 1992, antes mesmo do Oasis lançar seu discaço de estreia “Definitely Maybe” dois anos mais tarde. Noel disse simplesmente ter esquecido a demo na gaveta e a finalizou em uma vibe “Be Here Now”, disco de 1997, marcado pela tradicional muralha de guitarras que ele costumava promover nos primeiros anos de Oasis.

Mas “Chasing Yesterday” pega mesmo pelo suspiro moderno das outras canções. Apesar dos dois primeiros singles – “In The Heat of the Moment” e “Ballad Of Mighty I” – indicarem um direcionamento mais disco, o álbum tem seus momentos space-jazz com “The Right Stuff”, canção em que Noel abusa dos solos de guitarra e repetições de frase tipo “You and I got the right stuff”, em cerca de seis minutos de pura psicodelia.

Há também espaço para canções pegajosas como “You Know We Can’t Go Back” e “The Girl With X-Ray Eyes”, que lembra bem um estilo Morrissey de cantar, um jeito Bowie de se interpretar.

A energia disco volta um pouco em “The Mexican”, que na verdade vira uma mistureba musical cool com ares que evocam riffs estilo Queens of the Stone Age e batida musical comum nos Rolling Stones dos últimos tempos.

Noel também cria uma atmosfera Manchester na faixa “While The Song Remains The Same”, que ele conta ter escrito depois de uma visita à sua cidade natal para ver um jogo do seu time, o City, e ter parado para reparar como a cidade mudou nos últimos 25 anos, desde quando ele saiu de lá. Talvez isso explique a frase “It’s a shame how memory fades to grey / We let love get lost in anger chasing yesterday”, que deu origem ao título do disco.

Talvez o momento mais sublime de Gallagher em anos seja a faixa de abertura, “Riverman”, que o próprio considera como uma das melhores canções feitas por ele até hoje. Tudo bem que a gente sabe que Noel costuma exagerar quando fala de suas próprias glórias, mas nesta ele acertou a mão. Começa semi-acústica, lembrando os tempos de Oasis e antes mesmo dos três minutos já há um choque: a presença de saxofone, que costuma se repetir em algumas outras faixas.

No fim das contas, apesar do título “Chasing Yesterday” Noel Gallagher parece estar convicto em olhar para o futuro. A avaliação para o álbum é de muito bom para ótimo, mesmo que a gente saiba que alguns fãs da velha guarda do Oasis tendam a se afastar. Mas, pelo visto, Noel não está se importando com isso.

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* “Chasing Yesterday” será lançado dia 3 de março.

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