Mike Patton está entre nós (na América do Sul, no caso): o show de ontem do Mondo Cane em Buenos Aires

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* Mister Mike Patton começou ontem na Argentina um rolê rápido de shows na região (agora tem três apresentações no Chile) que vai pular o Brasil, damnitmotherfuckers. Onde estão os produtores de show deste país??? A Popload foi na inauguração da turnezinha sulamericana em Buenos Aires, nesta quinta, através do brother colaborador Felipe Lavignatti. E o que ele tem a dizer é o seguinte:

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O Faith No More, que segue em um hiato até não se sabe quando, pode quase ser considerada uma banda One-Hit-Wonder (vide “Epic” e seu vídeo do peixinho) em alguns lugares do mundo, mas, para a América do Sul, desde o ano de 1991 (Rock In Rio e por consequência países vizinhos), a banda é reverenciada, chegando a níveis de idolatria insana no Chile onde a simples menção de sua vinda esgota ingressos mesmo antes destes começarem a ser vendidos. Na Argentina e Brasil, os sintomas são mais amenos, mas ainda assim consideráveis para uma banda cujo ápice de sucesso já está há mais de duas décadas no passado.

Se há um nome responsável por esse fanatismo Sudaca, ele é Mike Patton. O vocalista do FNM começou ONTEM a sua turnê solo pela América do Sul em Buenos Aires. Para além do Faith No More, é possível ver Patton cantando hardcore (Dead Cross), metal (Fantomas), rap (X-Ecutioners) e seja lá que ritmo que você imaginar. Em algum momento, o vocalista se aventurou. Nessa sua perna sulamericana, a banda é o Mondo Cane, seu projeto de releitura (bem fiel) da música pop um tanto esquizofrênica da Itália nos anos 60/70.

E, para cada projeto, uma persona diferente parece assumir. Esqueça o bate cabeça do rock, aqui Patton ataca de regente de músicos europeus e americanos (acompanhados de uma sessão de cordas portenha) para fazer um baile saído direto do passado de algum canto da Itália que talvez nunca tenha existido, mas que ver Patton desempenhando esse papel nos dá certeza que, sim, essa Itália dele existiu.

O público argentino teve a oportunidade de ver o primeiro show do grupo em mais de dois anos. E a banda, regida por um Patton mais maestro que cantor, segue impecável. Claro que o vocalista mantém o carisma de sempre, com uma presença de palco incrível, principal responsável por esse culto desde 91. Aqui, não faltou uma homenagem ao público argentino ao encaixar um tango no meio do repertório italiano.

Fica a duvida qual seria a canção brasileira nessa homenagem, caso o Mondo Cane passasse pelo Brasil. Infelizmente, de Buenos Aires, o grupo multinacional de Mike Patton segue para o Chile para encerrar essa curta turnê. Resta a esperança de uma volta à America do Sul, seja lá com que projeto, mas dessa vez com uma parada brasileira. Podemos substituir um tango por uma bossa nova com tranquilidade.

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* Fotos Gustavo Scatena.

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