Love love love – Uma session com o incrível Violent Femmes

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* Tenho uma passagem muito triste com o Violent Femmes, haha. Uma das bandas mais peculiares do indie em todos os tempos, de Milwaukee, Wisconsin (sabe o que é ser uma banda indie do Wisconsin?), o Violent Femmes é dos anos 80, mas se encaixou tão perfeitamente na revolução indie americana do comecinho dos 90, a partir do grunge, que seu primeiro disco, de 1983, virou hit anos depois e a banda se tornou lá atrás um, sei lá, Arcade Fire em termos de culto. Da bateria à guitarra e principalmente o vocal, nada era “normal” no Violent Femmes.

Daí que eu morava em Londres, em 1991, no meio daquela atmosfera de revolução, quando uma tour dos Femmes chegou à cidade com o show de lançamento do ótimo disco deles, “Why Do Birds Sing”, o quinto da banda. Iria ser um concerto de dois discos, na verdade. O do novo e o do cheio de hits, o álbum de estreia, que anos depois estava vendendo como água e participava lindamente do zeitgeist da época.

Obviamente os ingressos esgotaram em segundos e eu não consegui comprar. Fui à porta comprar de cambista e os preços dos poucos que restaram na mão da cambada equivaliam a, vamos dizer, umas dez vezes o valor real, de tanta procura. Esperei o show começar, para ver se algum cambista via minha cara de tadinho e aliviava no valor e fazia por “apenas” umas quatro vezes o preço facial. Afinal, com os caras já no palco era a última chance de os caras não morrerem com o ticket na mão. Mas quá!

A “nova ordem” era para cobrar ainda mais caro do caro que já estava. E eu vi um cambista mandando um “Então tá”, para mim, e indo embora com dois ingressos na mão, sem vendê-los. E eu fiquei do lado de fora do clube (nem lembro mais onde era), ouvindo um fiapo de som que vinha de dentro da casa.

Se eu não me engano, o Fabio Massari me contou que estava nesse show. E eu nunca mais consegui não lembrar do fato toda vez que o nome Violent Femmes aparece na minha frente. Tipo agora. E olha que depois dessa data fatídica eu consegui ver a banda ao vivo pelo menos umas duas vezes. Mas, naquela “tal”, não. Acho que enquanto eu for vivo vou sempre lembrar disso.

Enfim, daí que o Violent Femmes não só voltou a fazer shows ainda hoje como continua dentro de sua peculiaridade de banda esquisita do Wisconsin conforme a conhecemos. O grupo ensaia uma volta desde 2013, mas a partir de um convite para uma série de shows no Revéillon da Austrália tudo ficou mais, hum, “sério”.

Eis que recentemente o Violent Femmes passou pelos estúdios da rádio KXT, 91.7 FM, do Texas, para mandar uma nova e duas “das antigas”. Mesmo. O tiozão Gordon Gano, uma das mais reconhecíveis vozes da música alternativa desde o começo dos anos 80, continua gênio.

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