Bloco 77, última chamada: Olha o moicano do Zezé. Será que ele é?

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* Eu mato. Eu mato. Quem jogou meu LP do Olho Seco lá no mato?…

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* Entre a onda dos 18.574 blocos que varreu São Paulo, neste Carnaval, tendência cada vez mais crescente de uns anos para cá, óbvio que detectamos indies no samba. Indie de muitas tribos. Nas ruas e no alto. Ou só curtindo ou participando ativamente, com bandas. Esse projeto Up On the Roof, baladas da superfíce paulistana levada pela marca Heineken ao topo do histórico edifício Martinelli, no Centro de São Paulo, me fez conhecer dois desses blocos em especial.

O Ciga-Nos, feito pela galera ciganista que realiza a festa Venga Venga e adapta a ritmos carnavalescos a música típica dos balcãs, as marchinhas turcas, as balalaicas russas e outras sonoridades adjacentes, foi um deles. O Centro é o lugar do Ciga-Nos

O outro, tema mesmo deste post, é o Bloco 77, que tradicionamente ataca a farra carnavalesca da Vila Madalena com a improvável fórmula de transformar em Carnaval os hinos punks. Hinos punks BRASILEIROS. O Bloco 77 tem uma extensão certeira no nome: “Os Originais do Punk”.

Garotos Podres, Cólera, Inocentes, Replicantes, Olho Seco, tudo muito bem representado na “avenida”, além de adaptações de clássicos carnavalescos na linha “Olha a moicano do Zezé. Será que ele é? Será que ele é? PUNQUE!!! Será que ele é straight-edge…”. Ou “Mamãe eu quero, mamãe eu quero, mamãe eu quero pogar. ô abre a roda, ô abre a roda pro 77 entrar…” E continua: “Poga filhinho, do meu coração. Pega o seu coturno e tira o pé do chão. Eu tenho uma irmã que é radical. Ela é do punk e seu marido do metal”.

Mas eu fiquei maravilhado, mesmo, com o hino “Surfista Calhorda”, uma das melhores músicas feitas em português na história, da banda gaúcha Replicantes, travestido de batuque carnavalesco. Obra-prima. Se o Carnaval tem alguma coisa de anárquica, ele se chama Bloco 77, que sempre começa suas apresentações com a “remarkable” e famosa “Vou Fazer Cocô”, canção política de 1984 do “mais que remarkable” grupo Garotos Podres, de Mauá, ABC paulista.

No meio de sua passagem pelas ruas da Vila Madalena, ou comportadamente represado pelos muros do Martinelli, a um km distante do solo, o 77 costuma fazer homenagem a Redson, uma das figuras mais emblemáticas da história do punk nacional, morto em 2011. “Pela Paz em Todo Mundo”, hino da banda de Redson, o Cólera.

Essa elegia ao contrário pode ser vista no vídeo abaixo, tirado de uma apresentação do Bloco 77 – Os Originais do Punk no último dia 15, na Vila Madalena.

A última grande chance deste Carnaval para acompanhar o Bloco 77 acontece HOJE, às 19h, no Largo da Batata, na Av. Faria Lima, mais conhecido como Potato Square. Lá acontecerá o Baile da Batata e o 77 é a primeira atração. Esteja lá, se der, para acompanhar o batuque quando os puxadores começam a cantar “Réqui na caranga muito louca pra dar banda…”

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